Josefa Pereira de Araújo, conhecida popularmente de mestra Dona Zefinha, nasceu no dia 15 de setembro de 1943, em Juazeiro do Norte. Zefinha foi adotada por Antônio Pinto de Oliveira e Helena Pereira de Jesus, já na sua infância, aos 09 anos de idade, aprendeu o ofício do artesanato de renda com sua mãe adotiva. A pequena menina via a mãe trabalhando na almofada de fazer renda, ao mesmo tempo que ajudava, também aprendia. Teve uma infância entre brincar e tecer renda, mas além de ajudar a mãe, também trabalhava no roçado.
Dona Zefinha chegou na cidade de Potengi aos 14 anos de idade, e se firmou como broto à espera de germinar. Em junho de 1962, se casou com José Leite de Araújo, com quem teve 14 filhos, 4 morreram no nascimento, ficando 10 proles, 05 mulheres e 04 homens. Dionísia, Vera Lucia, Maria Everlania, Maria Hildelania e Francisca Luzivania, Francisco Wilia, Júlio César, Francisco Hilderlânio e Antônio. Das mulheres, 04 filhas herdaram a tradição do ofício de rendeira.
Josefa Pereira de Araújo, foi uma mulher exemplar, hospitaleira, mãe dedicada, afetuosa, guerreira, sempre em busca do melhor para os filhos e filhas, era solidária, fraterna, ajudava os amigos, os vizinhos, estava sempre à disposição para servir. Além de amar sua família, amava tecer seu artesanato de renda, ao mesmo tempo que tecia a renda na almofada, tecia também sua vida entre a luta diária de dona de casa e de artesã. Seu instrumento de trabalho era uma grande almofada, com dezenas de bilros que ela manuseava com maestria, e por meio de suas mãos fazia redes, colchas, toalhas de mesa, entre outras confecções artesanais. Todo trabalho ajudava a família a obter uma renda, não era fácil, mas Dona Zefinha tinha determinação e enfrentava os sofrimentos da vida. Como o custo para fazer uma rede de renda ou qualquer confecção artesanal era alto, Josefa só fazia peças por encomenda, a maioria delas eram vendidas para outras cidades, Estados e até mesmo países.
Com o passar do tempo, o trabalho de Dona Zefinha começa a ser reconhecido por jornalistas, estudantes universitários e pesquisadores. Jornais impressos, como o Diário do Nordeste já fizeram publicação sobre sua vida e o ofício de rendeira, revistas, livros também retratam a sua importância, como a carga marcante do seu artesanato fortalecia a cultura local e estadual. Não só pela cultura, mas pela manutenção dessa tradição, já que suas filhas aprenderam todo o processo de tecer renda. Para fazer uma peça de renda era em torno de 70 dias de muito empenho e dedicação que a mestra se satisfazia utilizando seus instrumentos de trabalho que eram: a almofada, os bilros, os alfinetes e a linha, um trabalho que requer de Dona Zefinha muita paciência na execução e criação do artesanato de renda de bilro.
No dia 18 de dezembro de 2013, Josefa Pereira de Araújo recebe da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, o Título de Tesouro Vivo da Cultura Tradicional do Estado do Ceará, pela Lei N° 13.842, de 27 de novembro de 2006, que reconhece os fazedores de cultura do Ceará por sua relevância histórico-cultural, e a mestra dedicou sua vida ao artesanato de renda. Tinha como atividade principal a confecção de renda, herança que aprendeu com a mãe Helena de Jesus. Quatros das filhas da mestra Zefinha aprenderam este ofício.
Após Dona Zefinha receber o título de reconhecimento de Mestra da Cultura, umas das coisas que lhe orgulhava muito era ser convidada para representar a cultura, seu artesanato nas escolas. Nos eventos e homenagens que a mesma recebia por quadrilhas juninas, nos desfiles cívicos, nas feiras científicas, a mestra Zefinha se sentia muito feliz por esse reconhecimento de todos; participava sempre que possível do encontro de mestres do mundo.
Mestra Dona Zefinha Rendeira faleceu no dia 02 de agosto de 2020, aos 76 anos de idade, deixou um legado cultural com seu ofício tradicional de confeccionar redes de renda de bilros. Sua morte foi noticiada nos veículos de comunicação de todo o Estado do Ceará. O Governo do Ceará, por meio da Secretaria de Cultura, publicou uma nota de pesar. O município de Potengi decretou luto oficial por três dias. Josefa Pereira de Araújo se eterniza pela simplicidade, pela coragem, pelo exemplo de vida, soube tecer cada renda de uma maneira majestosa. Suas filhas, filhos, netos e netas sentem orgulho da mãe, da avó que foi a mestra Dona Zefinha Rendeira. E como escreve Conceição Evaristo, nossa história é construída por fios de ferro, mas é na memória que deixamos nossa sensibilidade. Sua memória se eterniza na história de Potengi e nosso afeto. Sua filha, Vera Lúcia, conhecida como Verinha, hoje está dando continuidade à tradição no ofício de renda de bilros
Josefa Pereira de Araújo, conhecida popularmente de mestra Dona Zefinha, nasceu no dia 15 de setembro de 1943, em Juazeiro do Norte. Zefinha foi adotada por Antônio Pinto de Oliveira e Helena Pereira de Jesus, já na sua infância, aos 09 anos de idade, aprendeu o ofício do artesanato de renda com sua mãe adotiva. A pequena menina via a mãe trabalhando na almofada de fazer renda, ao mesmo tempo que ajudava, também aprendia. Teve uma infância entre brincar e tecer renda, mas além de ajudar a mãe, também trabalhava no roçado.
Dona Zefinha chegou na cidade de Potengi aos 14 anos de idade, e se firmou como broto à espera de germinar. Em junho de 1962, se casou com José Leite de Araújo, com quem teve 14 filhos, 4 morreram no nascimento, ficando 10 proles, 05 mulheres e 04 homens. Dionísia, Vera Lucia, Maria Everlania, Maria Hildelania e Francisca Luzivania, Francisco Wilia, Júlio César, Francisco Hilderlânio e Antônio. Das mulheres, 04 filhas herdaram a tradição do ofício de rendeira.
Josefa Pereira de Araújo, foi uma mulher exemplar, hospitaleira, mãe dedicada, afetuosa, guerreira, sempre em busca do melhor para os filhos e filhas, era solidária, fraterna, ajudava os amigos, os vizinhos, estava sempre à disposição para servir. Além de amar sua família, amava tecer seu artesanato de renda, ao mesmo tempo que tecia a renda na almofada, tecia também sua vida entre a luta diária de dona de casa e de artesã. Seu instrumento de trabalho era uma grande almofada, com dezenas de bilros que ela manuseava com maestria, e por meio de suas mãos fazia redes, colchas, toalhas de mesa, entre outras confecções artesanais. Todo trabalho ajudava a família a obter uma renda, não era fácil, mas Dona Zefinha tinha determinação e enfrentava os sofrimentos da vida. Como o custo para fazer uma rede de renda ou qualquer confecção artesanal era alto, Josefa só fazia peças por encomenda, a maioria delas eram vendidas para outras cidades, Estados e até mesmo países.
Com o passar do tempo, o trabalho de Dona Zefinha começa a ser reconhecido por jornalistas, estudantes universitários e pesquisadores. Jornais impressos, como o Diário do Nordeste já fizeram publicação sobre sua vida e o ofício de rendeira, revistas, livros também retratam a sua importância, como a carga marcante do seu artesanato fortalecia a cultura local e estadual. Não só pela cultura, mas pela manutenção dessa tradição, já que suas filhas aprenderam todo o processo de tecer renda. Para fazer uma peça de renda era em torno de 70 dias de muito empenho e dedicação que a mestra se satisfazia utilizando seus instrumentos de trabalho que eram: a almofada, os bilros, os alfinetes e a linha, um trabalho que requer de Dona Zefinha muita paciência na execução e criação do artesanato de renda de bilro.
No dia 18 de dezembro de 2013, Josefa Pereira de Araújo recebe da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, o Título de Tesouro Vivo da Cultura Tradicional do Estado do Ceará, pela Lei N° 13.842, de 27 de novembro de 2006, que reconhece os fazedores de cultura do Ceará por sua relevância histórico-cultural, e a mestra dedicou sua vida ao artesanato de renda. Tinha como atividade principal a confecção de renda, herança que aprendeu com a mãe Helena de Jesus. Quatros das filhas da mestra Zefinha aprenderam este ofício.
Após Dona Zefinha receber o título de reconhecimento de Mestra da Cultura, umas das coisas que lhe orgulhava muito era ser convidada para representar a cultura, seu artesanato nas escolas. Nos eventos e homenagens que a mesma recebia por quadrilhas juninas, nos desfiles cívicos, nas feiras científicas, a mestra Zefinha se sentia muito feliz por esse reconhecimento de todos; participava sempre que possível do encontro de mestres do mundo.
Mestra Dona Zefinha Rendeira faleceu no dia 02 de agosto de 2020, aos 76 anos de idade, deixou um legado cultural com seu ofício tradicional de confeccionar redes de renda de bilros. Sua morte foi noticiada nos veículos de comunicação de todo o Estado do Ceará. O Governo do Ceará, por meio da Secretaria de Cultura, publicou uma nota de pesar. O município de Potengi decretou luto oficial por três dias. Josefa Pereira de Araújo se eterniza pela simplicidade, pela coragem, pelo exemplo de vida, soube tecer cada renda de uma maneira majestosa. Suas filhas, filhos, netos e netas sentem orgulho da mãe, da avó que foi a mestra Dona Zefinha Rendeira. E como escreve Conceição Evaristo, nossa história é construída por fios de ferro, mas é na memória que deixamos nossa sensibilidade. Sua memória se eterniza na história de Potengi e nosso afeto. Sua filha, Vera Lúcia, conhecida como Verinha, hoje está dando continuidade à tradição no ofício de renda de bilros